Duas ‘Pedras Sonoras’
Duas ‘Pedras Sonoras’
No âmbito do Colóquio Internacional “Património Cultural Chinês em Portugal”, realizado no Centro Científico e Cutural de Macau nos passados dias 21, 22 e 23 de Janeiro, o Dr. Énio de Souza realizou uma comunicação intitulada “Instrumentos musicais chineses em Portugal: inventário e estudo de caso de duas ‘pedras sonoras’ (qing) datadas de 1716”.
A investigação centra-se em dois objetos chineses em jade pertencentes ao acervo da Casa-Museu que são instrumentos de música conhecidos como pedras sonoras ou de soar – qing.
As pedras, datadas de 1716, provêm de uma encomenda do Imperador Kangxi (1661-1722) pois, para além de serem de jade (normalmente são em metal ou madeira), estão gravadas a ouro com a simbologia imperial dos dois dragões de cinco garras a perseguirem a pérola da sabedoria (flamejante) para além de estarem inscritas nos lados com a data e o nome do encomendante:
“Kang Hsih Wu shih Wu Nien Chih” – feito no ano de 55 de Kangxi (1716 – da nossa era).
Põe-se a hipótese de as pedras sonoras, que têm tonalidades diferentes, terem pertencido a um carrilhão – conjunto de 6 ou de 12 – pois encontram-se outros exemplares semelhantes em museus como o Metropolitan Museum de Nova Iorque, o Chicago Art Institute ou o Museu Nacional da China.
As pedras encontram-se em exposição no Salão B da Casa-Museu.