Jan Davidszoon de Heem (1606-1684)
Assinatura: J D. De Heem f.
Utreque, Holanda, c.1643-1644
Óleo sobre madeira
Alt.58,3cm x Larg.75,5cm
Pintura pertencente ao acervo de arte Holandesa e Flamenga da Casa-Museu onde se apresenta uma elaborada natureza-morta – um óleo sobre tábua como era comum à ápoca – representando uma mesa semicoberta por um panejamento, sobre a qual se dispõem alimentos, bebidas e objetos sobressaindo de um fundo neutro. A composição segue uma tipologia – a dos banquetes – a que o artista recorreu com frequência, linguagem também comum a outros artistas coevos.
Naturezas mortas
As guerras políticas e religiosas que assolaram os Países Baixos no século XVI forçaram a população a migrações em massa. Em meados do século XVII, pacificada a situação, a população dividiu-se em duas regiões diferentes que correspondiam a distintos valores sociais, religiosos e políticos que, por sua vez, se traduziram em correntes distintas na arte.
A Flandres, que corresponde essencialmente à moderna Bélgica, uma área a sul, perto da França católica e sob o domínio de Espanha permaneceu católica e monárquica pelo que a sua arte se carateriza pelas encomendas da corte e da Igreja, com retábulos de altar, aparatosos retratos de corte e alegorias aos monarcas expressos numa vívida paleta de cores e cheia de movimento, próprios do barroco. Nesta altura trabalhavam na sua capital, Antuérpia, grandes nomes como Peter Paul Rubens ou Van Dyck.
Antuérpia era já desde o início do século uma importante, rica e cosmopolita cidade, onde floresceu um importante centro artístico sendo aqui que nasceu a arte da representação de flores.
A norte, formaram-se as chamadas Sete Províncias Unidas, esta confederação conhecida como Holanda, devido à sua mais poderosa província, tornou-se uma república de maioria calvinista sob a influência geográfica das protestantes Alemanha e Inglaterra.
Sem corte e sem igreja encomendadoras (que via os retábulos e outras práticas católicas como uma promoção à idolatria) e sob uma austeridade e provincianismo próprio dos protestantes, surge por volta da década de 40’s, um estilo de pintura de grande realismo que reflete o mundo natural já que os artistas se viraram para a paisagem e para o quotidiano enquanto objeto da sua arte.
Sofrendo de códigos mais rígidos, as composições holandesas eram mais equilibradas e com uma paleta mais limitada do que as expressivas e coloridas composições do sul mas nesse âmbito surgiu um tipo de luz mais claro, tirado diretamente da observação da natureza que vai caraterizar a pintura holandesa.
A exuberância das representações de flores só chegaria ao norte em meados do século, quando o crescente desenvolvimento do domínio dos mares e consequente comércio exponenciou uma vida de abundância e luxo também nas províncias holandesas.
A divisão entre as estéticas do norte e sul não era porém muito rígida pois tanto os dois pontos culturais mais importantes que eram as duas maiores cidades, Amesterdão a norte e Antuérpia a sul, como todos os outros centros eram muito perto, chegando-se facilmente de um ponto ao outro, de barco ou a cavalo. Deste modo, assim como circulavam mercadorias, os artistas também circulavam partilhando as suas experiências, técnicas e temáticas.
A estas pinturas os holandeses chamaram “landschap” às representações de paisagens e “stilleven” às composições de objetos, palavras essas que foram adoptadas em Inglaterra, nascendo os termos “still life” (natureza morta) e “landscape” (paisagem). Foi ainda criado o termo “pronkstilleven” que se refere às composições mais ricas e elaboradas.
Naturezas mortas, a mensagem subliminar
No século XVII, estas pinturas atestavam tanto a riqueza como o envolvimento intelectual dos seus proprietários. O aparente realismo da arte holandesa pode no entanto ser enganador. A pintura de naturezas mortas é alegre e decorativa porém as bonitas mesas decoradas com cestos de fruta, comida e objetos diversos, e as jarras de flores são mais do que a simples visão do ambiente vivido nas casas ricas da época.
Cada item é escolhido pelo seu valor narrativo, pelo simbolismo que carrega, tornando as pinturas em histórias carregadas de mensagens subliminares.
Relacionando-se com conceitos religiosos, e apoiando-se em textos bíblicos, as pinturas são expressão das incontáveis glórias do Senhor celebrando a beleza do mundo natural, do novo interesse pela botânica mas também um lembrete da fugacidade da vida, da necessidade de contenção nos luxos e vícios condenados pela igreja.
Assim, as ricas combinações de flores lembram que tal como as flores murcham e morrem, assim acontece com a vida, a representação de tulipas, por exemplo traduz ainda o apelo do exótico, da novidade mas também aponta para a presença do luxo já que eram espécies raras e caras, importadas da Turquia. Quanto às mesas luxuosamente postas ostentando alimentos caros, raros e semi-comidos representam uma vida abastada, jovial mas por outro lado são banquetes interrompidos apontando para a necessidade de moderação, de contenção dos vícios lembrando que Deus é bom mas um juiz severo.
O autor
Jan Davidsz. de Heem foi um dos grandes pintores de naturezas mortas do século XVII tendo-se dedicado tanto à pintura de flores, como de vanitas ou banquetes. O artista nasceu em Utreque, cidade protestante pertencente à “República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos” em 1606 e morreu em Antuérpia, cidade da Flandres católica, em 1684. Aluno de seu pai o pintor David de Heem o Velho (1570-1631), pensa-se que também o tenha sido de Balthasar van der Ast (1594-1657) ainda em Utreque.
Em 1626 o artista muda-se para Leiden onde terá estudado na universidade podendo ainda ter sido aprendiz de David Bailly (1584-1657). Aqui tornou-se conhecido pelas suas “vanitas”, naturezas mortas com crânios, relógios, livros e instrumentos musicais pintados numa paleta monocromática de cinzentos e castanhos. Estas pinturas, de excelente composição, eram muito apreciadas pelos estudiosos da mais antiga universidade do país (a universidade foi criada em 1575 após a defesa de Leiden contra o invasor).
Após 1631, o artista mudou-se para Antuérpia tendo-se tornado seu cidadão em 1637 e onde viveu quase sempre tendo sido membro da guilda de S. Lucas. Ausentava-se porém muitas vezes para cidades da República, nomeadamente para Utreque, de tal modo que entre 1638 e 1651 se inscreveu como cidadão forasteiro e até 1667 pagou por diversas vezes os direitos de ausência. Nesta altura voltou para Utreque onde há registos da sua presença entre 1668 e 1671, altura em que devido à proximidade das tropas francesas se terá definitivamente mudado para Antuérpia, cidade onde está registada a sua morte nos livros da guilda.
Em Antuérpia, a partir da década de 50’s, provavelmente influenciado pelo trabalho de Daniel Seghers (1590-1661), seu mestre nesta cidade, e por oposição ao que até então tinha pintado, de Heem começou a criar composições mais alegres e coloridas representando arranjos de flores e de mesas carregadas com comida, frutos, animais e objetos.
Como de Heem vivia alternadamente entre Antuérpia e Utreque, o seu estilo atuou como elo entre as cores sóbrias e quentes, o chamado “chiaroscuro”, da Holanda do norte e as cores mais vivas e exuberantes do barroco flamengo. A sua pintura reveste-se de aspetos caprichosos e exuberantes na utilização de linhas redondas e suaves e de cores extravagantes, características do gosto flamengo. De Heem pinta de preferência flores como rosas vermelhas ou farfalhudas peónias que se sustentam com firmeza nos seus caules e tulipas que estão na maioria das vezes abertas, com pétalas que se curvam suavizando as linhas e nunca pinta flores murchas porém os ramos menos frondosos são mais artificiais e afetados que as alegres composições do sul. Neste âmbito o pintor foi responsável por diversas inovações, entre elas a quebra das simetrias, a maneira descuidada como o ramo de flores ultrapassa as bordas da jarra ou a utilização de espécies não frequentes e pouco chamativas, de folhas angulosas como madressilvas que enchiam de movimento e cor toda a tela.
Dos onze filhos e filhas de dois casamentos, três foram também pintores, seus alunos e ajudantes: David Janszoon (1628-1633), Cornelis (1631-1695) e Jan Janszoon (1650-1695) que foi o que mais se destacou.
Entre os seus muitos discípulos a quem passou o gosto por uma opulência colorida contam-se Alexander Coosemans (1627-1689), Elias van der Broeck (1649-1708) e o importante pintor Abraham Mignon (1640-1679).
O seu notável talento e versatilidade valeu-lhe uma reputação considerável e grandes dificuldades em satisfazer as encomendas pelo que se acredita que os filhos tenham pintado muito para ele, nomeadamente Jan com o qual as suas obras foram durante muito tempo confundidas. A sua obra que muitas vezes assinava mas poucas vezes datava foi considerável entre vanitas, naturezas mortas com frutos e objetos e as famosas naturezas mortas de flores, as “pronkstilleven”.
Veja aqui uma “pronkstilleven” (e outras pinturas do artista) da National Gallery, Londres – https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/jan-davidsz-de-heem-flowers-in-a-glass-bottle-on-a-marble-plinth
Obras do Rijksmuseus de Amesterdão – https://www.rijksmuseum.nl/en/rijksstudio/artists/jan-davidsz-de-heem
Natureza morta com presunto
A pintura da Casa-Museu apresenta uma elaborada natureza-morta – um óleo sobre tábua como era comum à ápoca – representando uma mesa semicoberta por um panejamento verde-escuro, sobre a qual se dispõem alimentos, bebidas e objetos sobressaindo de um fundo neutro. A composição segue uma tipologia a que o artista recorreu com frequência – os banquetes -, linguagem também comum a outros artistas coevos como Pieter Claesz (c. 15 97-1661) ou Willem Claesz. Heda (1594–1680/82).
A composição concentra-se na parte direita de uma diagonal imaginária, deixando o lado esquerdo da tábua despido de ornamentação. São os próprios objetos que delineiam a diagonal e que dividem a obra em dois tempos; partindo de um ponto baixo na ponta esquerda da mesa onde assentam dois pratos de estanho, um com um lagostim e três pequenos camarões e outro com um meio limão semi-descascado e finas rodelas de limão, seguem-se dois pratos empilhados, um na frente com ostras abertas e outro atrás com um limão, uma laranja e pés de groselhas, desenvolvendo em altura para a presença de um cesto de vime entrançado sobre o qual repousa ainda outro prato de estanho com um pedaço de presunto cortado envolto em parras de videira. Deste ponto, ergue-se sobre o prato uma delicada taça de vidro meio cheia, com pé perlado e bordos oitavados, junto à qual se ergue uma outra taça de vidro alta e esguia, de corpo cónico ao estilo veneziano, também com líquido que representa o culminar da composição em altura no lado direito.
A restante composição centra-se na presença, em primeiro plano e preenchendo o lado direito, de um pichel de estanho (recipiente, geralmente de estanho, utilizado para servir vinho), conhecido como Jan‐Steen jug (por este pintor o ter recorrentemente utilizado nas suas pinturas), envolto na base por cachos de uvas brancas com as suas hastes e gavinhas, junto ao qual ganham presença dois limões inteiros, umas avelãs bem como o panejamento que cobre a mesa que se enruga num cair de pregas muito natural.
Destaca-se assim nesta pintura o realismo da representação, o já mencionado equilíbrio da composição – somente perturbado pela nota da casca de limão que ultrapassa o tampo da mesa -, a modelação da luz nos reflexos do estanho, no jogo de claros-escuros do panejamento ou na luminosidade do pedaço de presunto, no sóbrio mas bem conseguido arranjo de cores – que é pontuado por cores alegres nos limões, nas groselhas ou no presunto – bem como a técnica revelada na representação das diversas texturas como o veludo do panejamento, o estanho, o vime ou o vidro ou nos pequenos detalhes como os caroços e as finíssimas rodelas do limão, as avelãs, as groselhas ou as pequenas retorcidas gavinhas de videira que se vão entrelaçando nos elementos dispostos na mesa.
Como caraterístico da pintura desta tipologia a simbologia associada é rica e complexa revelando conotações religiosas, neste caso importantes para o artista que era católico; para além da habitual alusão à efemeridade da vida ou “memento mori” (lembra-te da morte), neste caso traduzida na perecibilidade dos alimentos, no arranjo dos pratos desordenados ou nos alimentos semi-comidos, alia-se a referência direta às uvas e ao vinho, reconhecidos símbolos da Eucaristia e da Paixão de Cristo, aqui presentes num confronto direto com os pecados da luxúria e da gula representados pela abundância do banquete, nos alimentos ricos como o presunto, as ostras ou os limões importados (e como tal muito caros à época), numa espécie de aviso velado às escolhas que conduzem à Salvação.
Esta composição é assim uma súmula de beleza, técnica e mensagens subliminares fazendo prova de um conceito também querido à época, o do valor da arte em si e a noção de que a vida passa mas, tal como a natureza se renova, a arte também perdura “Ars longa, Vita brevis” (a arte é longa a vida é breve). É o feliz caso desta pintura.
A pintura está assinada no canto inferior direito: J D. De Heem f.(ecit) não se encontrando datada.
A confirmação da atribuição a Jan Davidsz. De Heem e da datação da pintura foi feita pelo especialista em pintura holandesa Dr. Fred G. Meijer, do instituto de História da Arte Neerlandês; RKD Netherlands Institute for Art History, que em 2016 contactou a Casa-Museu solicitando uma imagem da obra que viu na página eletrónica do museu, a qual procurava para incluir na sua tese de pós-doutoramento sobre o autor.
Tendo sido enviada uma imagem da pintura e a respetiva fatura de compra datada de 1945, F. Meijer afirmou: “…It is good to know that the de Heem is now in Lisbon. I hope to find time to come and see it in person sometime soon. Enclosed is a copy of what I wrote on the de Heem in my dissertation” – É bom saber que o De Heem se encontra em Lisboa. Espero encontrar tempo para o ir ver em pessoa proximamente. Junto uma cópia do que escrevi sobre o de Heem na minha dissertação:
“In catalogue nos. A 077 and 078 the area under the diagonal is somewhat more crowded than in the case of cat. nos. A 075 and 076. Also, their arrangement is more lively, while the objects in cat. nos. A 123 075 and 076 have been arranged rather randomly and are kept in context by a few horizontal (cat.no. A 075) or oblique (A 078) accents. In view of their higher general quality and more accomplished composition, A 077 and 078 must be the later examples of the four.
The fact that cat. nos. A 077 and 078 are the later works in the group appears to be confirmed by the fact that cat. no. A 078 in particular is very close in style and handling to de Heem’s painting in the Pushkin Museum in Moscow (cat. no. A 080), which most probably dates from late 1643 or early 1644, since it would appear to have succeeded the works from 1643 and obviously precedes Adriaen van Utrecht’s large still life in the Rijksmuseum Amsterdam, which was in part based on its composition and which is dated 1644.”
No catálogo, os nºs. A 077 e 078 [exemplar da Casa-Museu] a área sob a diagonal é mais cheia do que no caso dos nºs A75 e A76. Além disso, o seu arranjo é também mais animado enquanto os objetos nos nºs A123, 75 e 76 foram dispostos aliatóriamente e o seu contexto resume-se a umas linhas horizontais (cat. nºA 075) ou oblíquas (A 078). Em virtude da sua melhor qualidade e da composição mais bem-sucedida, A 077 e 078 devem ser os exemplos mais posteriores dos quatro.
O fato de que os nºs. A 077 e 078 são trabalhos posteriores parece ser confirmado pelo fato de que o nº 078, em particular, é muito próximo em estilo da pintura de De Heem no Museu Pushkin de Moscovo (cat. A 080), que provavelmente data do final de 1643 ou início de 1644, já que parece ser posterior dos trabalhos de 1643 e obviamente precede a grande natureza morta de Adriaen van Utrecht no Rijksmuseum de Amsterdão, que foi em parte baseado na sua composição e data de 1644. (tradução da autora)
Obra semelhante leiloada em data desconhecida – http://www.artnet.com/artists/jan-davidsz-de-heem/still-life-of-a-pewter-jan-steen-jug-a-crayfish-lpUcYrBkp6jEnLbrkTby-w2
Obra semelhante, leiloeira Sotheby’s, Londres (2014) – http://www.sothebys.com/en/auctions/ecatalogue/2014/old-master-british-paintings-evening-l14033/lot.47.html
Proveniência
A pintura foi adquirida por Medeiros e Almeida em Londres, numa galeria especialista em pintura, a Slatter Gallery (30, Old Bond Street) a 30 de Julho de 1945, por £500.
Na altura, a pintura veio acompanhada de um certificado de autenticidade, datado de 1939, emitido pelo restaurador, autor e especialista em arte holandesa e flamenga Ralph Warner (1876-1948).
NOTA: A Casa-Museu agradece a colaboração do Dr. Fred G. Meijer do RKD – Netherlands Institute for Art History.
Maria de Lima Mayer
Casa-Museu Medeiros e Almeida
NOTA: A investigação é um trabalho permanentemente em curso. Caso tenha alguma informação ou queira colocar alguma questão a propósito deste texto, por favor contacte-nos através do correio eletrónico: info@casa-museumedeirosealmeida.pt
Bibliografia:
HOCHSTRASSER, Julie Berger; Still Life and Trade in the Dutch Golden Age, New Haven and London: Yale University Press, 2008
VILAÇA, Teresa, ALMEIDA, João, AA.VV; Realidade e Capricho A pintura flamenga e holandesa da Fundação Medeiros e Almeida, Lisboa: Inapa, 2009
WARNER, Ralph; Dutch and Flemish Flower and Fruit Painters of the XVIIth and XVIIIth Centuries, Amesterdão: B M Israel, 1975
WILLIGEN, Adriaan van der, MEIJER, Fred G.; A Dictionary of Dutch & Flemish Still Life Painters Working in Oils 1525-1725, Leiden: Primavera Press in cooperation with the Netherlands Institute for Art History (RKD), 2003
WARNER, Ralph; Dutch and Flemish Flower and Fruit Painters of the XVIIth and XVIIIth Centuries, Amsterdam: B M Israel, 1975
Webgrafia:
RKD – Netherlands Institute for Art History – www.rkd.nl
RKD – Jan Davidsz. De Heem – https://rkd.nl/en/explore/images#search=simple&query=Jan%20Davidsz.%20de%20heem
Dr. Fred G. Meijer – https://www.fredgmeijer.com/about
Dr. Sam Segal – https://samsegal.nl/still-life-studies/documentation-on-dutch-still-life-and-flower-painting/
Painting in the Dutch Golden Age – A Profile of the Seventeenth Century – A resource for Teachers, National Gallery of Art, Washington – https://www.nga.gov/content/dam/ngaweb/Education/learning-resources/teaching-packets/pdfs/dutch_painting.pdf
Painting in the Dutch Golden Age, A Profile of the Seventeenth Century – Classroom guide, National Gallery of Art, Washington – https://www.nga.gov/content/dam/ngaweb/Education/learning-resources/teaching-packets/pdfs/dutch_classroom_guide.pdf
Dutch Paintings in The Metropolitan Museum of Art. Volume I and II – Walter Liedtke, The MET, 2007 – https://www.metmuseum.org/art/metpublications/Dutch_Paintings_in_The_Metropolitan_Museum_of_Art_2_vols_
Dutch and Flemish Paintings from the Hermitage, Irina Sokolova, 1988 – https://www.metmuseum.org/art/metpublications/dutch_and_flemish_paintings_from_the_hermitage
Online Resources for the Study of Dutch Art History – http://www.rembrandtpainting.net/dutch_resources.htm
Jan Davidszoon de Heem
(1606-1684), c. 1643-1644
Utreque, Holanda
Óleo sobre madeira
Alt.58,3cm x Larg.75,5cm