A Casa-Museu possuiu no seu espólio uma pintura de grandes dimensões representando o matemático Arquimedes, que foi adquirida pelo colecionador como sendo atribuída ao pintor espanhol Jose Ribera (1591-1652).
A existência de inúmeras versões deste tema levanta diversas questões, nomeadamente quanto à sua autoria. Estas questões acabaram por ser abordadas em 2018, sabendo-se presentemente que a obra é bom exemplar coevo, datado de cerca 1630-1631, mas não é autografa, tendo sido produzida por um colaborador anónimo da oficina do artista.
A representação do saber
As grandes figuras da filosofia da Antiguidade, paradigmas do saber humano, foram objeto de admiração e reconhecimento testemunhado desde a Roma antiga pelos numerosos bustos representando sábios gregos. Após séculos de menor visibilidade na Idade Média a admiração pela erudição renova-se a partir do Renascimento. No novo olhar que os Humanistas lançam sobre a importância do Homem e o saber antigo, a filosofia e os grandes pensadores renascem como tema para a arte. Nos primeiros decénios do Barroco, o tema dos filósofos gozou de uma grande popularidade, principalmente nos países católicos. Os artistas, sob o estímulo das encomendas de uma aristocracia culta e desejosa de ser vista como tal, retomam a figura do pensador realizando séries de “retratos” de filósofos/sábios. As encomendas compunham-se de séries de pinturas, com vista à decoração de bibliotecas e galerias das grandes casas senhoriais. Uma destas pinturas pertence ao acervo da Casa-Museu Medeiros e Almeida.
No âmbito da pintura sacra realizaram-se series de santos e de apóstolos destinadas ao clero.
Jose Ribera
Jose Ribera, ou Jusepe de Ribera, de acordo com a assinatura das suas obras, conhecido ainda como o “Spagnoletto” foi um pintor de origem espanhola que viveu e desenvolveu a sua atividade artística em Nápoles. Na época o Reino de Nápoles encontrava-se sob o domínio dos Habsburgo – reis Filipe III e Filipe IV de Espanha – dinastia que exercia o seu poder através de vice-reis (Antonio Álvarez de Toledo y Beaumont, Vice-rei entre 1622 – 1629 e Enríquez Fernando Afán de Ribera, Duque de Alcalá, Vice-rei entre 1629 – 1631) que foram protetores e mecenas de Ribera. Pouco se conhece da sua formação e das circunstâncias que o levaram a deixar a sua Xátiva natal por volta dos dezanove anos, para se estabelecer em Nápoles onde trabalhou até morrer. O artista terá passado pela Lombardia e Parma, em 1615 Ribera estabelece-se em Roma, junto do seu irmão Juan e de outros pintores espanhóis numa casa próxima da igreja de Santa Maria del Popolo.
Nesta altura, a arte italiana explora duas grandes vias; por um lado, o ecletismo clássico – praticado pela oficina bolonhesa dos Carracci, – que mantinha a veneração pelos grandes mestres do Cinquecento, por outro explora-se a via da novidade que provocava reações escandalizadas ao mesmo tempo que cativava um reduzido mas firme círculo de seguidores; era a proposta sublimada no luminismo de Caravaggio (1571-1610). Ribera teve ocasião de apreciar, sem dúvida, a rutura radical introduzida pelas pinturas de São Pedro e São Paulo que Caravaggio tinha deixado na Igreja de Santa Maria del Popolo. Ribera enveredou por esta via e a sua pintura passou a explorar o dramatismo da luz sobre modelos tirados do natural, com um desinteresse manifesto pela idealização classicista, tendência que ficou conhecida como “tenebrismo” (do latim: tenebra = treva).
A obra: aspetos formais
A obra em estudo é representativa destes novos valores artísticos. Sobre um fundo castanho-escuro destaca-se a figura em meio corpo de um velho, pobremente vestido, com um grosso manto castanho-escuro a cobrir-lhe os ombros e a cabeça. A figura apresenta-se com o corpo de perfil e o rosto virado a três quartos para o espetador. Com o único braço visível, o esquerdo, coberto por roupas esfarrapadas, o homem segura um grosso livro apoiado diagonalmente sobre o canto de uma mesa. A mão direita segura um compasso invertido. Sobre a mesa repousa um esquadro.
A luz, procedente de uma fonte invisível situada no canto superior esquerdo projeta-se com força sobre o rosto de homem e, embora com menor intensidade, sobre os objetos que dão significado à figura: o livro, o compasso e o esquadro. O resto da pintura fica na mais absoluta penumbra. Para conseguir este efeito Ribera recorre a contrastes e gradações de claro-escuro com uma paleta reduzida em que dominam os tons de castanho e preto, com apontamentos em ocre, cinzento, branco e um mínimo de rosado para a carnação.
A composição da obra caracteriza-se pelas linhas diagonais – o corpo levemente inclinado para à frente, o braço, o livro, o esquadro e o compasso – e pela leve torção da cabeça, com a personagem a olhar para o espectador e o corpo de perfil. Como acontece na pintura Barroca, a composição dominada pelas linhas diagonais exige do artista um estudo dos volumes a fim de alcançar um equilíbrio dinâmico. Neste caso, Ribera utiliza o braço levemente estendido, o livro apenas apoiado numa aresta e o canto da mesa iluminado, como contraponto do volume formado pelo corpo da figura envolta no manto escuro. Um aspeto característico da obra de Ribera, como antes o tinha sido de Caravaggio, é o uso de rudes personagens provenientes de ambientes marginais como modelos. Nesta pintura um admirado matemático da Antiguidade surge como um velho indigente, vestido de farrapos, com as feições marcadas pela dureza da vida, mas que nem por isso deixa de transmitir a dignidade que corresponde à personagem.
Ribera foi censurado nos círculos artísticos napolitanos pela sua insistência em utilizar estes modelos, transformando-os em sábios e santos. Para o espetador ainda habituado aos padrões de beleza ideal do Cinquecento, era difícil apreciar o realismo das suas telas que, muitas vezes, raiava mesmo o feio.
A obra: iconografia e encomenda
Da prolífica produção riberesca de quadros com tema similar, o autor e especialista de Ribera, Nicola Spinosa identificou doze pinturas de filósofos (hoje dispersas por museus e coleções particulares) cujas características estilísticas e iconográficas parecem indicar uma encomenda comum.
Esta encomenda coincide com o curto período do vice-reinado do 3º Duque de Alcalá que foi mecenas de Ribera e o inventário do seu palácio de Sevilha (Casa de Pilatos), feito após a sua morte em 1673, refere diversas pinturas de filósofos nas quais se integra uma versão da tela existente na Casa-Museu representando Arquimedes.
A análise das obras em questão demonstra a dificuldade em reconhecer iconograficamente as personagens representadas. Nesta encomenda três filósofos ou pensadores estão inequivocamente identificados por legendas e pela representação das suas obras: Platão segura um Liber de Ydeis, Esopo tem junto dele um livro com a inscrição Hissopo, e Pitágoras é representado com a obra …tia numerorum. A identificação de outras quatro figuras – Demócrito, Tales, Euclides e Heráclito – baseia-se, de forma mais duvidosa, nos atributos iconográficos. Restam cinco filósofos por identificar, entre os quais a figura em questão que aparece como possível Arquimedes embora este também seja atribuído a outras figuras conhecidas.
A ausência de referências documentais não permite saber se a suposta série teria incluído um Arquimedes, certamente um sábio, mas mais conhecido enquanto matemático, físico e inventor. Contudo, numa época de profundo interesse e avanço destas disciplinas, o famoso matemático de Siracusa, do século III a.C. era uma das figuras habitualmente representadas neste tipo de galerias de pensadores/filósofos. O livro que indica o conhecimento e o compasso e o esquadro enquanto instrumentos de trabalho, representados na pintura são os atributos iconográficos que apontam a identificação como Arquimedes.
O compasso, porém, aparece igualmente noutra pintura da série, hoje conservada no Museu do Prado, que por este motivo foi referenciada durante longo tempo como sendo Arquimedes. Mais recentemente, porém, a atitude sorridente do personagem do Prado levou à identificação como Demócrito, tradicionalmente representado a rir.
Para além do compasso e do esquadro, a formulação iconográfica mais convencional de Arquimedes inclui um espelho, em referência a uma invenção bélica que lhe é atribuída e que consistiria numa gigantesca superfície refletora dos raios solares para incendiar os barcos inimigos. Ausente na tela de Lisboa, o espelho aparece precisamente noutra pintura da referida encomenda, o chamado Filósofo do espelho (Arquimedes?) do Museu Algur H. Meadows em Dallas no Texas. Neste caso, porém, o espelho não aparece como instrumento de trabalho, mas antes como elemento de reflexão para a figura que observa nele a sua imagem. Em qualquer caso, as tentativas de identificação dos personagens destas series, são, de certo modo vãs. A sua caracterização iconográfica não parece corresponder à realidade das figuras históricas, respondendo antes, à evolução de uma tradição figurativa.
É ainda conhecida uma outra encomenda datada de 1636, de doze filósofos por parte do Príncipe Karl Eusebius von Liechtenstein (1611-1684). Até abril de 1637, seis pinturas foram entregues: Aristóteles, Platão, Crates, Anaxágoras, Diógenes e Protágoras, quanto às restantes seis, supõe-se que não tenham sido sequer executadas.
Outras versões
A popularidade do tema dos filósofos, que Ribera retoma em diversos momentos da sua carreira, com grande número de variantes e para diferentes encomendantes, levou, por sua vez, à realização de inúmeras réplicas de oficina, além de cópias posteriores. Com efeito, constata-se a existência de um número considerável de versões da obra em estudo. No seu catálogo: Ribera – L’opera completa, publicado em 1978 e revisto e ampliado em 2003 e 2006, o perito Nicola Spinosa considera o original perdido, identificando outras oito telas semelhantes, onde não inclui porém um Arquimedes pertencente ao Museu Hermitage de São Petersburgo nem o da Casa-Museu.
Aceda à cópia do Hermitage Museum;
Arquimedes, cópia à venda na leiloeira Sotheby’s (1993 e 2016)
Apesar das semelhanças no tema e na composição, existem diferenças significativas, particularmente no tratamento dos rostos, das mãos e das vestes que indicam a execução por mãos diversas. Nesta listagem, o autor indica se as obras referenciadas são consideradas réplicas total ou parcialmente autógrafas ou cópias antigas mas não contemporâneas do artista.
Como nota de curiosidade, damos conta da existência de uma pintura representando um filósofo, atribuída a Ribera no Palácio Nacional de Sintra. À semelhança do exemplar da Casa-Museu, a tela, não está assinada nem datada, nem é referida na bibliografia do artista.
A pintura pertence às coleções do Palácio desde 1894, aparecendo listada enquanto “Archimedes” não se conhecendo, porém, a sua proveniência. Em 1937, aquando de um restauro, é renomeada como “Galileu”. A atribuição ao artista foi feita em 1995, pelo Instituto José de Figueiredo, por ocasião de novo restauro e confirmada pelo Professor Víctor dos Reis em 2005.
A bibliografia refere a existência de outras três obras idênticas à de Sintra, porém nenhuma é autografa sendo atribuídas ao estúdio do artista ou a seus imitadores.
Outros filósofos da série encontram-se dispersos em museus e coleções:
Demócrito – Museu Nacional do Prado
Euclides – Jean Paul Getty Museum
Aristoteles – Indianapolis Museum of Art
Crates – Museu Nacional de Arte Ocidental, Tóquio
Protágoras – Wadsworth Atheneum Museum of Art
Platão – Los Angeles County Museum of Art
A multiplicidade de versões do mesmo quadro – fenómeno não restrito à pintura que nos ocupa, pois, todos os quadros da série têm um número parecido de réplicas autógrafas, bem como numerosas cópias posteriores – levanta questões interessantes quanto ao valor da criação artística na época.
Em marcado contraste com a importância que a sociedade atual dá à originalidade da obra de arte, como resultado visual único e irrepetível, a sociedade pré-industrial não via necessariamente uma perda de valor na replicação de uma obra original. Na época em que Ribera desenvolveu a sua carreira, quando não existiam processos de reprodução mecânica além da gravura, a encomenda de réplicas de uma obra importante era prática habitual. Diversos monarcas encomendavam cópias de obras mestres das suas coleções, para oferecer institucionalmente a visitantes e a outras cortes.
Chegaram assim a nós dezenas de telas de filósofos que, na maioria dos casos, terão sido pintadas no estúdio de Ribera, pelo próprio mestre ou pelos seus colaboradores a partir de protótipos. Ironicamente, Ribera recorria ainda a imitadores do seu trabalho que, já então, se multiplicavam.
De entre os discípulos convém destacar o jovem Luca Giordano, que mais tarde deixaria um grande número de pinturas de filósofos. Tratavam-se de práticas tão habituais que os encomendantes de maior poder aquisitivo, para terem a certeza de que recebiam obras de primeira qualidade, incluíam no contrato de encomenda a exigência de que a pintura fosse da própria mão do mestre; o já referido contrato do Príncipe do Liechtenstein que encomendava uma série de doze filósofos, especificava claramente o valor a pagar por: “…dodici quadri d’altezza e di palmi cinque e palmi quattro di larghezza in ognuno dei quali ci ha da essere dipinto un filosofo di sua propria mano”. (doze pinturas de cinco palmos de altura e quatro de largura em cada uma das quais deve ser pintado um filósofo de sua própria mão – tradução livre das autoras)
Perante a existência de um tão grande número de versões levantam-se questões sobre a autoria da tela da Casa-Museu. A obra em questão constitui um exemplo perfeitamente representativo das vias formais e iconográficas que o artista explora nesta fase da sua estadia em Nápoles e foi adquirida como sendo da mão de Ribera. A sua atribuição necessita porém de uma análise aprofundada.
A análise
No âmbito do estudo do seu espólio, a Casa-Museu recorre ao contacto com peritos das diversas especialidades. No caso desta obra foi contactado o Dr. Nicola Spinosa de Nápoles, atualmente Superintendente do Polo Museal de Nápoles e reconhecido perito no pintor que foi da seguinte opinião:
“Come forse già sa, il dipinto di cui mi ha inviato le foto, che rappresenta un filosofo dell’antica Grecia, forse identificabile per gli attributi dipinti nel quadro (compasso nella destra, libro nella sinistra e riga sul tavolo) con Archimede, è una copia di un originale disperso di Jusepe de Ribera, che faceva parte della serie dei filosofi dell’Antichità dipinta da Ribera tra il 1629 e il 1631 per Fernando Enrìquez Afàn de Ribera, III° duca di Alcalà e viceré di Napoli proprio dal 1629 al 1631, quando commissionò a Jusepe de Ribera anche altri dipinti (tra i quali la Mujer barbuda della Fundaciò Casa Ducal de Medinaceli a Toledo, ma ora esposto al Museo del Prado). La seie è andata in gran parte dispersa già a partire dal 1635: alcuni originali sono stati identificati, non sempre con assoluta certezza, presso musei e collezioni private, mentre di alcuni originali dispersi si conoscono varie copie, anche in musei e collezioni private (per questi originali e copia veda la mia monografia: Ribera. La obra completa, Madrid 2008, Fundaciòn Arte Hispanico, pp. 364-372). Del dipinto di cui mi ha inviato le foto si conoscono repliche realizzate a volte dallo stesso Ribera, più spesso dipinte, come allora anche in uso, da collaboratori attivi nel suo atelier replicando, su richiesta d’ignoti commiittenti, la versione originale: veda la scheda nella monografia n. A110, p. 370. Nessuno di questi dipinti può essere considerato l’originale della serie realizzata per l’Alcalà, tra i quali quello qualitativamente migliore è la versione che era un tempo presso il defunto antiquario di Madrid Eufemio Diez Monsalve. Anche la versione di cui Lei mi ha inviato le foto è da considerare una buona replica dell’originale disperso realizzata da un anonimo collaboratore di Ribera intorno al 1630-1631.
Naturalmente per esprimere un parere più dettagliato e preciso è sempre meglio esaminare un dipinto direttamente, ma, dovendomi basare nel caso solo sulle immagini fotografiche, ritengo di non essermi allontanato molto dalla verità.” 1 Fevereiro 2018
“arrivo a Lisbona da Napoli nel pomeriggio di lunedì 14, … Potrei venire al vostro Museo la mattina di martedì 15.” 11 Janeiro 2019
Tradução livre da autora:
“Como já deve saber, a pintura para a qual me enviou as fotos, representando um filósofo da Grécia antiga, talvez identificável pelos atributos pintados (bússola à direita, livro à esquerda e régua sobre a mesa) com Arquimedes, é uma cópia de um original desaparecido de Jusepe de Ribera, que fez parte da série de filósofos da antiguidade pintada por Ribera entre 1629 e 1631 para Fernando Enrìquez Afàn de Ribera, terceiro duque de Alcalà e vice-rei de Nápoles de 1629 a 1631, quando encomendou outras pinturas de Jusepe de Ribera (incluindo a Mulher barbuda da Fundação da Casa Ducal de Medinaceli em Toledo, mas agora exposta no Museu do Prado). A semente foi amplamente dispersa desde 1635: alguns originais foram identificados, nem sempre com certeza absoluta, em museus e coleções particulares, enquanto outros originais dispersos são conhecidos em várias cópias, inclusive em museus e coleções particulares (para estes originais e cópias ver minha monografia: Ribera, La obra completa, Madrid 2008, Fundação Arte Hispanico, pp. 364-372). São conhecidas réplicas da pintura que me enviou, às vezes feitas pelo próprio Ribera, mais frequentemente pintada, como também em uso, por colaboradores ativos no seu atelier, replicando, a pedido de clientes desconhecidos, a versão original, veja a referência na monografia (n. A110, p. 370). Nenhuma dessas pinturas pode ser considerada o original da série criada para Alcalà, entre as quais a melhor qualidade é a versão que já foi do antiquário de Madrid Eufemio Diez Monsalve. A versão da qual me enviou as fotos também deve ser considerada uma boa réplica do original desaparecido, feita por um colaborador anónimo de Ribera por volta de 1630-1631.
É claro que, para expressar uma opinião mais detalhada e precisa, é sempre melhor examinar uma pintura diretamente, mas, tendo que me
basear no caso apenas em imagens fotográficas, acredito que não me afastei da verdade.” 1 Fevereiro 2018
“Chego a Lisboa vindo de Nápoles na tarde da segunda-feira 14. Poderia ir ao museu na manhã da terça-feira 15.” 11 Janeiro 2019
De acordo com o Dr. Spinosa a pintura da Casa-Museu é uma boa réplica, de um original perdido, realizada por um colaborador anónimo de Ribera, cerca de 1600-1631.
Após a visita à Casa-Museu, e após observação direta da pintura, o Dr. Spinosa reiterou a opinião emitida aquando do envio da imagem.
Proveniência
A pintura foi adquirida por António Medeiros e Almeida em 1956 num leilão da Sotheby’s de Londres, em Novembro de 1956 (lote 71). No catálogo figura como atribuída a Giuseppe Ribera com o título “The Astronomer”. A sua proveniência é desconhecida.
Begoña Farré Torras / Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Maria de Lima Mayer
Casa-Museu Medeiros e Almeida
NOTA: A investigação é um trabalho permanentemente em curso. Caso tenha alguma informação ou queira colocar alguma questão a propósito deste texto, por favor contacte-nos através do correio eletrónico: info@casa-museumedeirosealmeida.pt
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SPINOSA, Nicola. Ribera – L’opera completa. Nápoles: electa napoli spa, 2006.
Atelier Jose de Ribera (1588-1656)
c.1630-1631
Nápoles, Itália
Óleo sobre tela
Alt.112 cm x Larg. 91cm