DESTAQUE JANEIRO 2024
Faca-machado “bhuj”
Faca-machado “bhuj”
A coleção do Museu Medeiros e Almeida conserva, nas suas reservas, um pequeno mas interessante núcleo de armas provenientes da antiga coleção de Francis Cook (1817-1901), que anteriormente compunham a panóplia que adornava a biblioteca do Palácio de Monserrate, em Sintra. Do conjunto de trinta e uma peças de armaria – armas brancas, de fogo e peças de armadura -, que integra peças do século XVI ao século XX e de proveniências muito variadas, destaca-se uma peculiar faca-machado indiana, conhecida como “bhuj”.
Faca-machado “bhuj”. Prov. Gujarate (Índia) ou Sinde (Paquistão), finais do séc. XVIII a inícios do XIX. Aço, cobre, ouro, madeira e veludo. Museu Medeiros e Almeida, FMA 8585.
Esta arma de aparência singular possui uma configuração híbrida, com uma lâmina curta e larga, semelhante à de uma faca, e uma haste reta e comprida, manobrada com uma ou duas mãos, como a de um machado.
A lâmina em aço, de um só gume contracurvado, possui uma ponta em secção de diamante. A zona plana da lâmina exibe, de ambos os lados, ornamentação cinzelada e burilada, com vestígios de douramento, com um padrão composto por quadrifólios florais, em losango e en suite. A zona da cota (lado rombo da lâmina) que a acompanha recebe alguma decoração cinzelada, pontilhada, produzindo um padrão vegetalista estilizado mais singelo.
A lâmina encontra-se robustamente soldada à guarda por meio de um elemento de fundição, com douramento, em forma de cabeça de elefante, componente distintivo desta tipologia de arma. O animal possui a tromba enrolada, e os seus traços são cinzelados e burilados, assim como os ornamentos que o identificam como um elefante domesticado, a característica faixa sobre a testa (ranpiyal) e os anéis metálicos (bangri) em torno das suas presas, que se encontram aparadas[1].
Faca-machado “bhuj” (pormenor da lâmina). Prov. Gujarate (Índia) ou Sinde (Paquistão), finais do séc. XVIII a inícios do XIX. Aço, cobre, ouro, madeira e veludo. Museu Medeiros e Almeida, FMA 8585.
A haste, tubular, apresenta uma superfície ornamentada com cinzelados e burilados e exibe vestígios de douramento. A sua decoração reparte-se em três secções: nas extremidades, um padrão de florões alternados – evocativo, embora simplificado, do que vemos representado na lâmina -, intercalado, ao centro, por um padrão de enrolamentos vegetalistas e florais mais intricado. O pomo é constituído por uma peça de fundição em forma de balaústre, burilada e cinzelada, exibindo igualmente vestígios de douramento, e une-se à haste através de uma rosca, oculta no seu interior. O desenroscar do pomo revela, deste modo, um pequeno estilete (uma gupti, ou adaga oculta), de um só gume e desprovido de ornamentação.
Faca-machado “bhuj”. Prov. Gujarate (Índia) ou Sinde (Paquistão), finais do séc. XVIII a inícios do XIX. Aço, cobre, ouro, madeira e veludo. Museu Medeiros e Almeida, FMA 8585.
Esta arma faz-se acompanhar de uma bainha em madeira, revestida a veludo encarnado, cuja felpa se encontra hoje consideravelmente desgastada. As suas duas extremidades são reforçadas com montagens em cobre dourado, repuxado, burilado e cinzelado, segundo um padrão de enrolamentos vegetalistas e florais, representando possivelmente girassóis estilizados. A bainha cobre integralmente a lâmina, seguindo-lhe os contornos, e assenta elegantemente sobre a cabeça do elefante. Junto à guarda, é-lhe afixada uma pequena argola de suspensão com a forma de um poliedro, perfurado, com a gravação de uma pequena flor em losango numa das suas faces. O reduzido tamanho desta argola suscita dúvidas quanto à sua eficácia, face ao peso da arma.
Uma das principais dificuldades inerentes ao estudo desta tipologia de peça reside, logo à partida, na sua designação. Com efeito, a questão da sua nomenclatura apresenta uma série de desafios, relacionados, por um lado, com a vastidão do território indiano e sob a sua influência, com a sua diversidade linguística, entre outros fatores. A ausência de fontes primárias referentes a exemplares anteriores ao século XIX contribui ainda para a discordância terminológica vigente, transmitida com base em fontes de confiabilidade incerta[2].
Deste modo, esta arma tem sido reconhecida através de diversas designações, tais como kutch ou, mais comummente, bhuj. Estas nomenclaturas são referentes, respetivamente, ao distrito de Kutch (ou Kachchh) e à sua capital, a cidade de Bhuj, no estado de Gujarate. Presume-se, assim, e é comummente bem aceite, que esta arma tenha a sua origem nesta região. Contudo, existem bons indícios de que tenha sido produzida e utilizada por todo o norte da Índia, no antigo reino indiano de Sinde (atual Paquistão) e possivelmente também nos estados de Decão e Rajastão, onde as encontramos presentes nas coleções de diferentes museus e fortificações[3]. De acordo com os conhecimentos gentilmente partilhados por Robert Elgood, esta arma terá sido pouco produzida e utilizada no Rajastão, se é que o foi, e nessa região o termo bhuj não é reconhecido, vendo-se antes utilizadas as palavras dasto, daraza, da ou mujawali[4].
O Museu Nacional de Nova Deli apresenta no seu inventário, em duas instâncias, o termo descritivo bujali [5], que não reconhecemos ou encontramos referenciando em nenhuma outra fonte. Esta arma surge, por vezes, referenciada como gandasa, um termo local que designa diversos instrumentos de corte, geralmente de carácter agrícola, sendo também utilizado para designar o pequeno estilete oculto no interior da arma[6]. Por fim, existem ainda várias nomenclaturas derivadas de “kat”, que significa “cortar”, como kattai, kuttai ou kutti[7], conjugadas por vezes com o termo bhuj – p.e. bhuj kuttai.
Contudo, esta arma é também comumente conhecida como faca-machado, acha de armas e faca-elefante, denominações procedentes das suas características formais e decorativas.
Tratando-se de uma arma relativamente pouco comum, constatamos que ainda assim esta se encontra representada num considerável número de museus, que abaixo listamos, embora não exaustivamente:
Outros exemplos integram ou procedem de notáveis coleções privadas. A título exemplificativo, refiram-se a que pertencia em 1868 a Adèle von Rothschild (1843-1922)[8], que se encontra hoje no Musée du Louvre (inv. R 866)[9], a que presentemente integra a The Knohl Collection[10], ou ainda (um caso português) as duas peças da coleção de Jorge Caravana[11].
Coleção de armas de Adèle von Rothschild (fotografia). Franck. Paris, 1868. Victoria and Albert Museum, inv. 57445. / Reprodução da mesma faca-machado em Auguste Racinet, Le costume historique, vol. 3, (Paris: Firmin-Didot et Cie, 1888). / Faca-machado. Gujarate ou Sinde, séc. XVIII-XIX. Musée du Louvre, inv. R 866.
A nossa faca-machado assemelha-se, em termos formais e decorativos, à generalidade das peças que conhecemos desta tipologia, sobretudo quando consideramos as que integram coleções museológicas europeias e americanas, às quais obtemos mais fácil acesso.
No que diz respeito aos motivos decorativos presentes na haste da nossa peça, identificamos o mesmo desenho patente em numerosos outros exemplos, não apenas em facas-machado, mas também noutras tipologia de armas. Observe-se, a título exemplificativo, a decoração das hastes de três armas da coleção do Victoria and Albert Museum, atribuídas a Kutch e ao século XIX: uma lança (inv. 3160:2/(IS)) e dois machados (inv. 3395&A/(IS) e inv. 3409&A/(IS)0)[12].
O desenho utilizado nas duas extremidades da haste, assim como na lâmina – o padrão de quadrifólios, ou medalhões florais em losango – é frequentemente associado a uma manufatura específica da região de Kutch. Curiosamente, observamos um padrão idêntico nas armaduras de malha e placa do Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque (inv. 36.25.11a–g)[13], do Museu Nacional de Cracóvia (inv. ND 5327)[14] e do Museo Stibbert em Florença (inv. 7544), atribuídas também a Sinde ou a Bhuj[15].
Armadura de malha e placa. Sinde (Paquistão), finais do séc. XVIII – 1ª metade do séc. XIX. Aço, ferro, liga de cobre, têxteis. The Metropolitan Museum of Art, inv. 36.25.11a–g.
A bainha desta arma fornece também importantes pistas relativamente à sua origem. O padrão floral em repuxado das montagens em cobre dourado é, de igual forma, característico da prataria proveniente da região de Kutch[16].
No contexto de armaria, vemo-lo utilizado com alguma frequência na ornamentação de bainhas, não apenas de facas-machado, mas também de outras tipologias de armas, coevas e originárias da mesma área geográfica, ou ainda nos seus punhos.
Bainha de adaga (katar). Bhuj (Índia), séc. XIX. Madeira, veludo e bronzes dourados. Victoria and Albert Museum, inv. 3404&A/(IS).
Shamshir. Kutch (Índia), séc. XIX. Aço, cobre, madeira, veludo, ouro, prata e resina. Mandarin Mansion Antiques.
Um exemplo particularmente relevante constitui o par de shamshirs (espadas) pertencentes ao Royal Collection Trust (inv. RCIN 62525). As montagens das suas bainhas, em cobre dourado, exibem o mesmo tipo de decoração que vemos na bainha da nossa faca-machado – atente-se, inclusivamente, a semelhança das suas argolas de suspensão. Estas peças procedem do célebre armoury de George IV (1762-1830), em Carlton House[17]. Esta proveniência permite-nos concluir que foram adquiridos, no máximo, até 1826 – data da demolição do palácio londrino – e que terão, provavelmente, sido manufaturadas em data até bastante anterior.
Shamshir. Índia, séc. XIX. Aço, cobre, ouro, vidro, têxteis. Royal Collection Trust, inv. RCIN 62525.
Contudo, encontramos igualmente exemplares que apresentam algumas diferenças.
Uma das mais curiosas constitui a ocasional presença de figuras animais, para além da distintiva cabeça de elefante, posicionados sobre a sua nuca. Geralmente, estas representações incluem grandes felinos, macacos e outros animais de interpretação mais desafiadora[18], ou ainda caçadores, sentados sobre a haste ou a cavalo, de arma apontada a um leopardo[19].
Faca-machado. Gujarate (Índia) ou Sinde (Paquistão), séc. XVII-XIX. Ferenc Hopp Museum of Asiatic Arts, inv. 69.195.1.1-1.2.
Outras peculiaridades identificadas na análise de exemplares análogos ao nosso consistem na conjugação de facas-machado com armas de fogo. Conhecem-se alguns destes exemplares, por exemplo, no The City Palace de Udaipur, no Rao Madho Singh Museum Trust ou no Royal Collection Trust[20]. A faca-machado com pistola de percussão do Royal Collection Trust (inv. RCIN 37995) procede, igualmente, da coleção de George IV em Carlton House, o que viabiliza inferir, mais uma vez, que o fenómeno de conjugar diferentes tipologia de armas é anterior, pelo menos, a 1826.
Estes e outros exemplos de armas combinadas, provenientes desta região, são mais exemplificativos do engenho e criatividade dos seus fabricantes que da sua funcionalidade e eficácia em batalha, o que sugere que possam tratar-se não de instrumentos bélicos, mas de objetos de curiosidade.
Faca-machado com pistola de percussão incorporada. Kutch (Índia), séc. XIX. Aço e ouro. Royal Collection Trust, inv. RCIN 37995.
As grandes exposições universais da segunda metade do século XIX desempenham um papel fundamental na disseminação e popularização de armas indianas na Europa, e no consequente desenvolvimento da sua produção. Este fenómeno vê um significativo impulso com a Great Exhibition of the Works of Industry of all Nations de 1851, no Palácio de Cristal em Londres, que alcança um estrondoso sucesso. Diversos países, incluindo várias nações da Commonwealth, dispõem de áreas de exposição específicas, sendo uma destas a secção dedicada à Índia, que inclui uma seleção de armas provenientes de diversas regiões do país.
“The Great Exhibition: India No.4”. Joseph Nash (1809-1878). Londres, 1851. Royal Collection Trust, inv. RCIN 919942.
“The Great Exhibition: India No.2” (pormenor). Joseph Nash (1809-1878). Londres, 1851. Royal Collection Trust, inv. RCIN 919943.
Outra importante mostra de armas indianas, com grande divulgação em Inglaterra, e não só, constitui a coleção de armas oferecidas durante a viagem de oito meses do príncipe Albert Edward (1841-1910), futuro Edward VII do Reino Unido, à Índia, entre 1875 e 1876. Por esta ocasião, os governantes indianos selecionam ou encomendam variados objetos artísticos com uma notável diversidade e qualidade técnica e decorativa, associadas às regiões específicas visitadas pelo príncipe. Curiosamente, as armas constituem de longe a maioria dos objetos recebidos e o príncipe traz para Inglaterra uma impressionante coleção, representativa das diferentes tipologias e estilos de armaria de todo o subcontinente. Um mês depois da sua chegada a Inglaterra, as peças são expostas no Indian Museum[21] em South Kensington, em Londres, e são levadas a Paris, Edimburgo, Glasgow, Aberdeen e York, ao longo dos seis anos seguintes à sua chegada a Inglaterra. São finalmente expostos, de forma mais “permanente”, em Marlborough House, em Londres, e Sandringham House, em Norfolk.
Fotografia do salão de baile em Sandringham House. Alfred e Henson (1885-1972). Norfolk, 1934. Royal Collection Trust, inv. RCIN 2102393. / A “Indian Room” em Marlborough House. Walery (at. 1864-90). Londres, c. 1890-1900. Royal Collection Trust, inv. RCIN 2102393.
Entre estas, encontram-se as três facas-machado que integram hoje a coleção do Royal Collection Trust (inv. RCIN 11434, RCIN 37995 e RCIN 11224). Assinale-se que estas peças foram oferecidas ao príncipe, não por Pragmalji II, Maharao de Kutch, que o presenteou com outros itens, mas pelos governantes de dois outros distritos de Gujarate, Ghambhirsinhji Verisalji, Raja de Rajpipla (inv. RCIN 11434 e RCIN 37995) e Sursinhji, Thakur Sahib de Palitana (inv. RCIN 11224), o que indicia mais uma vez que esta arma não seja característica exclusivamente da região de Kutch, ou de Bhuj, como a sua designação mais popular sugere[22].
A Colonial and Indian Exhibition de 1886, realizada em Londres, oferece também uma contribuição substancial para a divulgação e compreensão das armas que surgiam no mercado da época.
As panóplias de armas expostas nesta ocasião são fotografadas e reproduzidas no Journal of Indian Art[23] de 1896, proporcionando-nos uma visão da sua impressionante envergadura, assim como a extraordinária quantidade de armas que as compõem. Entre estas, destaca-se o expressivo número de facas-machado – contabilizando-se uma na ilustração 90, treze na ilustração 91, doze na ilustração 92, uma na ilustração 96, quatro na ilustração 97, oito na ilustração 98, catorze na ilustração 99 e quatro na ilustração 102 desta publicação. Na sua grande maioria, estes objetos exibem um desenho muito semelhante ao do nosso exemplar e são acompanhados de bainha, aparentemente também idêntica à do nosso[24].
B. H. Baden-Powell, “Indian Arms and Armour”, The Journal of Indian Art, vol. VI, N.ºs 46-53 (Londres: W. Griggs and Sons, 1896), 103-106, il. 90-92, 96-99 e 102.
A descrição de um dos vários “Trophy of Arms” da Colonial and Indian Exhibition de 1886, refere:
“The large and handsome Trophy of Arms, contributed by H. H. the Rao of Cutch, which forms a conspicuous object, illustrates the manufacture at Bhuj in Cutch of copies, so far as appearance goes, of the genuine old Indian arms, which comprise almost every possible shape and form of sword and dagger[…]. These arms are only intended for the purpose of decoration. They are made of inferior steel, but are rendered attractive by being inlaid with gold and silver, while the copper sheaths are ornamented with repoussé work of gold.”[25]
Esta referência sugere que muitas, ou até mesmo a maioria das peças apresentadas nestas exposições são por esta altura produzidas especificamente com o mercado europeu em mente, acompanhando o seu crescente interesse. De facto, durante o século XIX e até cerca de meados do XX, observa-se o surgimento de uma ampla variedade de armas nos mercados indianos, comercializadas juntamente com outros artigos “típicos” destinados a turistas e colecionadores europeus e até americanos[26]. Embora sejam manufaturadas essencialmente como souvenirs, estas armas são por norma tipologicamente semelhantes às armas tradicionais. No que diz respeito a este tipo de arma em específico, acreditamos que a sua produção se baseie em modelos anteriores ao século XIX e possivelmente mesmo ao XVIII – existem exemplares no Salar Jung Museum (Hyderabad, Índia) e no Museu Nacional de Nova Deli atribuídos a inícios do século XVIII[27] e Robert Elgood identifica exemplos sobreviventes datados do século XVII nos arsenais dos museus e fortificações indianos que teve oportunidade de visitar e estudar[28]. No entanto, denota-se com estranheza a aparente ausência de representações iconográficas reminiscentes da configuração desta arma, que poderiam enriquecer a compreensão destas peças, da sua origem e da sua utilização. Relativamente a este último aspeto, o da funcionalidade desta arma, assinalamos também que este excerto sugere que esta tipologia de arma seria meramente decorativa, ou de aparato.
A nossa faca-machado é adquirida por António de Medeiros e Almeida (1895-1986) no leilão do recheio do Palácio de Monserrate da Casa Liquidadora Leiria & Nascimento Lda., em Lisboa, a 10 de novembro de 1946.
Este importante leilão coloca em hasta uma significativa parte da coleção de Sir Francis Cook (1817-1901), primeiro baronete de Cook e Visconde de Monserrate, e um dos mais notáveis colecionadores de arte da segunda metade do século XIX. Francis Cook adquire em 1856 a Quinta de Monserrate, em Sintra, e reabilita e habita, enquanto residência de verão, o palácio que aí hoje conhecemos como Palácio de Monserrate. Na parede a norte da sua biblioteca, sobre a lareira em mármore branco, encontrava-se o grande painel revestido a veludo encarnado que servia de fundo à coleção de armas de Francis Cook, apresentadas em panóplia[29].
Desconhecemos se estas armas são adquiridas pelo colecionador enquanto panóplia ou avulso, e se esta aquisição é anterior ou proporcionada pelo projeto decorativo do interior do Palácio de Monserrate. Contudo, não nos parece despropositado sugerir que poderá tê-las adquirido numa das grandes exposições da segunda metade do XIX acima referidas, de onde muitas das armas que hoje integram coleções britânicas, privadas e museológicas, procedem.
A fatura referente à venda de 1946, conservada no Arquivo do Museu Medeiros e Almeida, enumera, entre outros, o lote 639, descrito como uma “panóplia formada por: elmo, escudo, espingardas, espadas, punhais, armas gentílicas, etc” e arrematado por 31.500$00.
Nota de compra de António de Medeiros e Almeida à Casa Liquidadora Leiria & Nascimento Lda. de 10 de novembro de 1946. Arquivo do Museu Medeiros e Almeida.
Na sua totalidade, esta panóplia é composta por trinta e uma armas e uma salva (erroneamente descrita como “escudo”), de diversificadas épocas e proveniências, recentemente reclassificadas e catalogadas por Jorge Caravana e Maria de Lima Mayer, sendo também recriada a sua disposição em panóplia, por ocasião da exposição “Monserrate Revisitado: A Coleção Cook em Portugal” (2017-2018) e da publicação do respetivo catálogo. Esta integra, assim, diferentes tipologias, abrangendo armas brancas, armas de fogo, armaduras, munições e outras, datadas do século XVI ao século XX, provenientes de diferentes países europeus (Portugal, Espanha, Itália e Inglaterra), mas também de regiões em África, no Médio e Extremo Oriente, e na Oceânia[30].
Alguns dos seus exemplares mais notáveis, para além da faca-machado presentemente analisada, incluem uma espada portuguesa de copos de tigela do século XVII, uma espingarda de pederneira revestida a prata lavrada seiscentista, originária da Sardenha, um zulfikar e um shamshir setecentistas, ou um mosquete de mecha indiano do século XVIII.
Joana Ferreira
Museu Medeiros e Almeida
[1] Shakshi Gupta, “Elephant Regalia: A Living Tradition”, Sahapedia, última atualização a 18.06.2018, https://www.sahapedia.org/elephant-regalia-living-tradition.
[2] Robert Elgood, “An introduction to arms and armour from the Islamic world and India”, Rituais de poder, armas orientais (Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2010), 62.
[3] Robert Elgood, mensagem de e-mail à autora, 29 de novembro de 2023.
[4] Robert Elgood, mensagem de e-mail à autora, 29 de novembro de 2023.
[5] “Dagger”, National Portal and Digital Repository for Museums of India, consultado a 22.11.2023, https://museumsofindia.gov.in/repository/record/nat_del–59-411-2-107501; “Dagger”, National Portal and Digital Repository for Museums of India, consultado a 22.11.2023, https://museumsofindia.gov.in/repository/record/nat_del–59-437-99-107502.
[6] Maria João Neto (coord.), Monserrate Revisitado: A Coleção Cook em Portugal (Lisboa: Caleidoscópio, 2017), 368.
[7] Leonid Tarassuk e Claude Blair, The complete encyclopedia of arms & weapons (Nova Iorque: Simon & Schuster, 1979), 83, 305.
[8] Fotografada entre 1865 e 1868 por Franck (François-Marie-Louis-Alexandre Gobinet de Villecholles) (1816-1906) – vd. Franck, L’Art ancien, photographies des collections célèbres (Paris: Franck, 1868); “Photograph”, Victoria and Albert Museum, última atualização a 30.06.2009, https://collections.vam.ac.uk/item/O1075206/photograph-franck/ -, mencionada como da pertença de “M. de Rothschild”(?) e reproduzida a partir destes registos fotográficos em Auguste Racinet, Le costume historique, vol. 3, (Paris: Firmin-Didot et Cie, 1888).
[9] “Hache à lame (bhuj, kutti) à décor d’éléphant et de lion”, Musée du Louvre, consultado a 21.11.2023, https://collections.louvre.fr/en/ark:/53355/cl010330702.
[10] “INDIAN BHUJ POLEARM”, The Knohl Collection, consultado a 21.11.2023, https://www.theknohlcollection.com/portfolio/detail/indian-bhuj-short-heavy-blade-mounted-on-long-haft/.
[11] “BHUJ, Adaga”, The Jorge Caravana Collection, consultado a 16.11.2023, https://caravanacollection.com/?project=bhuj-adaga; “BHUJ, Adaga”, The Jorge Caravana Collection, consultado a 16.11.2023, https://caravanacollection.com/?project=bhuj-adaga-2; Joaquim Caetano, Fátima Pimenta, Jorge Caravana, Rituais de poder, armas orientais (Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2010), 101-102.
[12] “Spear”, Victoria and Albert Museum, última atualização a 24.09.2003, https://collections.vam.ac.uk/item/O84435/spear-unknown/; “Battle Axe”, Victoria and Albert Museum, última atualização a 24.09.2003, https://collections.vam.ac.uk/item/O84434/battle-axe-unknown/; “Battle Axe”, Victoria and Albert Museum, última atualização a 24.09.2003, https://collections.vam.ac.uk/item/O84433/battle-axe-unknown/.
[13] “Armor of Mail and Plate”, The Metropolitan Museum of Art, consultado a 22.11.2023, https://www.metmuseum.org/art/collection/search/24008.
[14] Michal Dziewulski, 100 Rarities from the Military Collection at the National Museum in Krakow (Cracóvia: Muzeum Narodowe w Krakowie, 2015), cat. 96; Zdzisław Żygulski, Stara broń w polskich zbiorach (Varsóvia: Krajowa Agencja Wydawn, 1984), 226-227.
[15] David G. Alexander, Islamic Arms and Armor in The Metropolitan Museum of Art (Nova Iorque: The Metropolitan Museum of Art, 2015), 54-55.
[16] Stephen Markel, Mughal and Early Modern Metalware from Soth Asia at LACMA (Los Angeles: Los Angeles County Museum of Art, 2020), 193.
[17] “Shamshir”, The Royal Collection Trust, consultado a 12.12.2023, https://www.rct.uk/collection/search#/3/collection/62525/shamshir.
[18] “A RARE BHU AXE WITH GOLD OVERLAY, KUTCH, INDIA”, Lot-Art, última atualização a 27.10.2018, https://www.lot-art.com/auction-lots/A-RARE-BHU-AXE-WITH-GOLD-OVERLAY-KUTCH-INDIA/276-rare_bhu-27.10.18-helio; “Bhuj axe-knife”, Helgot Antique Arms & Arts, consultado a 17.11.2023, https://www.helgot.com/items/bhuj-axe-knife; “A gilt-copper elephant axe (Bhuj), India, Kutch”, Roseberys, última atualização a 28.10.2022. https://www.roseberys.co.uk/a0566-lot-530632?display=grid&el=530632&header_id=0&keyword=&lo=ASC&pn=7&pp=48; “An extraordinary Bhuj (Mujawli)”, Invaluable, última atualização a 16.12.2022, https://www.invaluable.com/auction-lot/an-extraordinary-bhuj-mujawli-42-c-42c4e1ea54?objectID=175539611&algIndex=undefined&queryID=4740d936067a26fd96abf17a36f5d1b4.
[19] “Eastern Arms & Armour from the Richard R. Wagner Jr / An Indian Bhuj 19th Century, Probably Kutch”, Bonhams, última atualização a 29.04.2015, https://www.bonhams.com/auction/22748/lot/34/an-indian-bhuj/; “A GILT-COPPER ELEPHANT AXE (BHUJ)”, Christie’s, última atualização a 08.04.2011, https://www.christies.com/lot/lot-5422656; “COUTEAU-HACHE EN CUIVRE DORE”, Christie’s, última atualização a 01.10.2020, https://www.christies.com/lot/lot-6280781; “BATTLE-AXE (BHUJ-KUTTI) WITH SHEATH”, Ferenc Hopp Museum of Asiatic Arts, consultado a 22.11.2023, https://hoppmuseum.hu/en/collection/battle-axe-bhuj-kutti-with-sheath/120049?n=4&order=type_desc; “AN INDIAN STAFF WEAPON (BHUJ), LATE 19TH CENTURY”, Invaluable, última atualização a 27.06.2018. https://www.invaluable.com/auction-lot/an-indian-staff-weapon-bhuj-late-19th-century-184-c-a264800904?objectID=129967885&algIndex=undefined&queryID=4740d936067a26fd96abf17a36f5d1b4; “Indian Sindh or Oudh Bhuj (भुज) Axe Sword dagger 19th C.”, Arms and Antiques, consultado a 17.11.2023, https://armsandantiques.com/products/fine-19th-c-indian-sindh-or-oudh-bhuj—axe-sword-ia1239.
[20] “Axe-knife”, Royal Collection Trust, consultado a 17.11.2023, https://www.rct.uk/collection/search#/8/collection/37995/axe-knife.
[21] Wilbraham Egerton, An Illustrated handbook of Indian arms; being a classified and descriptive catalogue of the arms exhibited at the India Museum… (Londres: William H. Allan & Co., 1880).
[22] Indian art in Marlborough House. A catalogue of the collection of Indian arms and objects of art presented by the princes and nobles of India to H.R.H. the Prince of Wales […] on the occasion of his visit to India in 1875-1876. Now in the Indian Room at Marlborough House (Londres: Ken Trotman, 2008), cat. 80 e 192.
[23] B. H. Baden-Powell, “Indian Arms and Armour”, The Journal of Indian Art, vol. VI, N.ºs 46-53 (Londres: W. Griggs and Sons, 1896), 103-106, il. 84-104.
[24] Denotamos ainda que, entre estas, algumas apresentam um formato de lâmina distinto – nomeadamente nas ilustrações 91, 98 e 99 -, mais similar, por exemplo, ao exemplar ilustrado em E. Karlova et al., Mortal beauty: Arms and armour of India and China (Moscovo: The State Museum of Oriental Art, 2015), 245.
[25] Colonial and Indian Exhibition, 1886. Official Catalogue (Londres: William Clowes and Sons, Limited, 1886), 32.
[26] Indian art in Marlborough House. A catalogue of the collection of Indian arms and objects of art presented by the princes and nobles of India to H.R.H. the Prince of Wales […] on the occasion of his visit to India in 1875-1876. Now in the Indian Room at Marlborough House (Londres: Ken Trotman, 2008).
[27] Gayatri Nath Pant, Catalogue of edged arms and armour in the Salarjung Museum, Hyderabad (Hyderabad: Salarjung Museum, 1989), 101, 164.
[28] Robert Elgood, mensagem de e-mail à autora, 29 de novembro de 2023.
[29] Teresa Neto, “Francis Cook’s Library in Monserrate Palace: Intersections of Contemporary Design with Precious Antiquities”, Aménagement intérieur et cohabitation des styles aux époques moderne et contemporaine, Actes de la Journée tenue à Paris le 19 mars 2018 à l’Institut National d’Histoire de l’Art (novembro de 2018): 63.
[30] Neto, Monserrate Revisitado, 352.
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COMO CITAR / HOW TO CITE:
Ferreira, Joana. Faca-machado “bhuj”. Lisboa: Museu Medeiros e Almeida, 2024. https://www.museumedeirosealmeida.pt/pecas/faca-machado-bhuj.
NOTAS:
Agradecemos ao colecionador e perito em armas brancas Dr. Jorge Caravana (https://caravanacollection.com/), pela sua contínua colaboração no estudo das armas na coleção do nosso museu.
We extend our heartfelt gratitude to Dr. Robert Elgood (http://www.robertelgood.co.uk/) for his prompt and generous sharing of his unpublished Glossary.
Apprezziamo sinceramente le informazioni gentilmente fornite da Dott. Riccardo Franci, Curatore dell’Armeria presso il Museo Stibbert di Firenze, riguardo ai due bhuj nella collezione di questo museo.
A investigação em História da Arte é um trabalho permanentemente em curso. Caso tenha alguma informação ou queira colocar alguma questão a propósito deste texto, agradecemos o contacto para: info@museumedeirosealmeida.pt.
Prov. Gujarate (Índia) ou Sinde (Paquistão)
Finais do séc. XVIII a meados do séc. XIX
Aço, cobre, ouro, madeira e veludo
64 x 6 cm (faca-machado); 23 x 3 cm (estilete); 21 x 7 cm (bainha)
FMA 8585