Prof. Doutor Gonçalo de Vasconcelos e Sousa
(Prof. Catedrático da Escola das Artes da UCP; CITAR/EA-UCP)
Dr. Rui Galopim de Carvalho
(Gemólogo; Delegado de Portugal na CIBJO)
Resumo e objectivos:
Pretende-se analisar em conjunto a joalharia dos séculos XVIII a XX, a partir da rica colecção de peças do Museu da Fundação Medeiros e Almeida, e brasileira dos séculos XVIII e XIX, na sua dimensão formal, técnica e de materiais. Na parte teórica-prática, haverá o contacto com a dimensão estilística e técnica, à gemologia recorrendo a imagens e a vídeos elucidativos e a indicações para distinguir centros produtores. Na parte prática, a partir da visualização in loco dos objectos de joalharia do museu, participarão do processo de peritagem individual de forma a poder, no tempo disponível, aprender a datar e a identificar os objectos deste período e os seus elementos identitários.
Programa:
I. Parte Teórica
1 – Questões Introdutórias
1.1. Conceito de peritagem
1.2. Conceito de jóia: ourivesaria do ouro, joalharia, “jóias de Autor”
1.3. Joalharia humana e joalharia devocional
1.4. Peritagem em joalharia: conceito e instrumentos de trabalho
1.5. Conceitos introdutórios ao estudo da joalharia
2. Técnicas de trabalho de ourivesaria
3. Descrição de peças de joalharia
4. Alguns materiais empregues e a sua ligação histórica
5. Centros produtores
6. Marcas: Ensaiador e contrastaria, ourives, casa de ourivesaria e posse
7. Os “Agentes da Jóia” e a distinta ligação à peça: do colecionador ao anntiquário, do museólogo ao académico, do leiloeiro ao ourives; do conservador ao avaliador
8. Casas de comércio de ourivesaria em Portugal nos séculos XIX e XX em Lisboa e no Porto
9. Identificação Estética na joalharia Portuguesa
9.1. Estilo Renascença
9.2. Estilo Maneirista
9.3. Estilo Barroco
9.4. Estilo Rococó
9.5. Estilo Neoclássico
9.6. Estilo Naturalista
9.7. Revivalismos
9.8. Eclectismos
9.9. Arte Nova
9.10. Art Déco
9.11. Correntes pós Arte Nova
9.12. Joalharia pós 1950
II. Gemologia (3.ª sessão)
1. Evolução dos estilos de lapidação no diamante (do talhe rosa ao talhe brilhante moderno)
2. Gemas brasileiras na joalharia portuguesa de finais de Setecentos e alvores de Oitocentos: diamantes e pedras de cor
3. Jade: uma gema pouco conhecida em Portugal
III. Parte Prática
Com base na análise de peças do Museu Nacional de Soares dos Reis e de outras colecções e peças individuais a que se tenha, entretanto, acesso.
1. Distinções estilísticas e tipologias
2. Peças religiosas e profanas
3. Aplicação das técnicas
4. Marcas de ensaio e de ourives
5. Apreciação construtiva tipológica (estudo de casos)
6. Como datar quando não há marcas?
7. Entre a peça e a bibliografia científica
Material necessário (trazer pelos participantes):
– Par de luvas brancas de algodão
– Conta-fios (ou lupa de bom poder de aproximação)
Bibliografia básica
GODINHO, Isabel da Silveira, dir. – Tesouros Reais. Lisboa: Secretaria de Estado da Cultura; Instituto Português do Património Cultural; Palácio Nacional da Ajuda, 1991.
SILVA, Nuno Vassallo e – As custódias-jóias de Setecentos. Oceanos. Lisboa: Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses. 43 (Jul.- Set. 2000), pp. 78-92.
SOUSA, Ana Cristina – Metamorfoses do ouro e da prata: a Ourivesaria tradicional no Noroeste de Portugal. Porto: Centro Regional de Artes Tradicionais, 2000.
Prof. Doutor Gonçalo Vasconcelos e Sousa & Dr. Rui Galopim de Carvalho.
Sala do Lago
24 de Janeiro de 2017
21 de Fevereiro de 2017
18:00 - 19:15
100€ (vagas limitadas, por ordem de inscrição e pagamento)