Atribuição
No âmbito do Rembrandt Research Project, um projeto que se dedicou a estudar a obra de Rembrandt na sua totalidade, o retrato foi estudado pelo director do projeto, o Professor Dr. E. van de Wetering, em Novembro de 2000, que confirmou tratar-se de uma cópia de autor desconhecido, inspirada no retrato de Rembrandt, uma obra sobre tela, datada de 1660, que se encontra em Melbourne, Austrália que está atribuída, não à mão do mestre, mas ao seu atelier.
Analisada a madeira pelo dendrocronologista alemão Dr. Peter Klein em abril de 2001, este concluiu que o painel é constituído de duas pranchas de carvalho provenientes da região da Holanda/Alemanha de Este, que as árvores em questão terão sido abatidas entre 1642, 1648..1652..1658, acrescentando uma média de 2 anos para secagem, a pintura, de acordo o relatório, poderá ter sido feita a partir de 1654.
Proveniência
De acordo com a documentação, a pintura pertenceu à coleção do 10º Marquês de Lothian, Robert Henry Schomberg Kerr (1874-1930), Newbattle Abbey, Escócia, tendo depois integrado a coleção do Barão Jean-Germain-Léon Cassel (1882–1952), do Banco Cassel, Bruxelas, numa das suas propriedades no sul de França, país onde foi leiloada pela viúva do Barão.
O leilão da Baronesa Marie van Doorn, teve lugar na Galerie Charpentier (76, Rue du Faubourg Saint-Honoré), Paris, (Collection de la Baronne Cassel van Doorn Tableaux anciens; objets d’art et de bel ameublement principalement du XVIIIe siècle… . Commissaire-Priseur, Me Étienne Ader) a 30 de Maio de 1956, a pintura era o lote 44, e foi arrematada por 14,632.00 francos franceses.
A licitação foi muito disputada entre Medeiros e Almeida (que se entusiasmou pagando mais do que tinha previamente estipulado) e o então diretor do Rijksmuseum de Amesterdão, Jhr. D.C. Röell.
Estando o retrato já em Portugal, ocorreram novos contactos do museu holandês no sentido de o comprar, visto ser então considerado um magnífico auto-retrato de Rembrandt e a instituição o querer para o seu acervo. O Sr. Medeiros e Almeida nunca aceitou vender.
A obra este patente em diversas exposições e publicada em catálogos:
National Gallery of Scotland, Edimburgo
RijksMuseum, Amesterdão, 1936, nº128
“Great Dutch Masters”, New York, 1936, nº 14
Los Angeles Museum of Fine Arts, 1938
Museum of Fine Arts, Springfield (Mass), 1938
“Rembrandt”, Bâle, 1948, nº 24
“Rembrandt – Ausstellung” Katz – Galerie Basel, 24 Jul-30 Sep 1948, Cat nº26
“Rembrandt”, New York, Galerie Wildenstein, Jan-Fev 1950, nº 23
“Realidade e Capricho A pintura flamenga e holandesa da Fundação Medeiros e Almeida”, Casa-Museu Medeiros e Almeida, Lisboa, Maio 2008
Casa-Museu Medeiros e Almeida
NOTA: A investigação é um trabalho permanentemente em curso. Caso tenha alguma informação ou queira colocar alguma questão a propósito deste texto, por favor contacte-nos através do correio eletrónico: info@casa-museumedeirosealmeida.pt
Bibliografia
BODE, W., Cornelis GROOT, Hofstede de. The complete work of Rembrandt. 1902, nº502
ROSEMBERG, A. Rembrandt. Klassiker der kunst, 1906, p.368
VALENTINER, W.R.. Rembrandt. Klassiker der kunst, 1908, p.476
GROOT, Cornelis Hofstede de. A catalogue raisonné of the works of the most eminent Dutch painters of the seventeenth century, 1915, p.561
GROOT, Cornelis Hofstede de, Catalogue of Dutch painters, vol.VI, págs. 276/277
Rembrandt Research Project
RDK, 2005
Desconhecido
c. 1662
Antuérpia, Holanda
Óleo sobre madeira
Alt. 56,5cm x Larg. 43,7cm